Três em cada quatro catalães são a favor de continuar a promover o turismo na Catalunha, segundo o CEO. Metade dos inquiridos considera que a habitação para uso turístico deveria ser limitada por lei em todo o país.
Quase 75% dos catalães são a favor de continuar a promover o turismo na Catalunha, segundo o primeiro inquérito Omnibus de 2024 publicado esta sexta-feira, encomendado pela Generalitat e elaborado pelo CEO. No entanto, metade dos inquiridos considera que o turismo limita as atividades e o espaço público dos locais, e também quase metade pensa que a sua região está a atingir o limite da capacidade de absorção do turismo. Um dos aspectos específicos destes limites tem a ver com a habitação de uso turístico. Quando questionados se deveriam ser limitados, um em cada dois entrevistados respondeu que deveria ser feito em toda a Catalunha, enquanto 25% pensam que apenas nos municípios turísticos, e 12% consideram que não é necessário nenhum tipo de limitação.
O inquérito, com entrevistas realizadas entre 12 de março e 19 de maio, mostra que metade da população considera que o turismo limita as suas atividades e a utilização do espaço público, mas que ainda assim há uma maioria ainda maior (74%) que é a favor ou muito a favor (24%) de continuar a incentivar esta atividade.
Esta dupla percepção traduz-se também ao nível do concelho onde, embora mais de metade dos inquiridos (54%) concordem que o seu território “deveria atrair mais turistas”, há também 46% de pessoas que pensam que a sua região está a atingir o limite da sua capacidade de absorver o turismo.
Por território, os Altos Pirenéus são os únicos onde há uma maioria dos que discordam do aumento do turismo (55%) em comparação com os que o desejam (45%). No outro extremo, as zonas da Catalunha com maior interesse, segundo o inquérito, em prosseguir a promoção desta actividade económica são as terras de Ponent (com quase 90% de apoiantes), e também as Terres de l’Ebre (87% em favor).
Quanto à cidade de Barcelona, a percentagem de cidadãos que consideram que o limite da sua capacidade de absorção turística está a ser atingido é, juntamente com os Altos Pirenéus, a mais elevada da Catalunha. Especificamente, 64% dos habitantes de Barcelona vêem assim, e até 84% dos habitantes de Arana, de acordo com a pesquisa do CEO.
Limitação de casas turísticas
Neste sentido, um em cada dois catalães pensa que a habitação para uso turístico deveria ser limitada por lei em toda a Catalunha, e apenas 25% estão inclinados a regulamentá-la, mas apenas em municípios considerados turísticos. Ainda há 12% dos entrevistados que são contra qualquer limitação por lei.
Os partidários dos partidos de esquerda são os mais favoráveis a esta limitação, com os da CUP (72%) e do Comuns-Sumar (70%) na liderança, e os restantes, todos acima dos 50%. Ainda assim, os de Junts também estão ligeiramente acima da média nacional, com 55% a favor da limitação dos apartamentos turísticos, ainda acima dos do PSC (52%).
Fila de veículos em Val d’Aran (Foto: fornecida).
Renda destinada à habitação
Precisamente, esta vaga do inquérito Omnibus incorpora um blogue sobre questões relacionadas com a habitação: o regime de posse, os rendimentos que lhe são atribuídos, a percepção da qualidade, preço e quantidade dos apartamentos em oferta para arrendamento e compra, o impacto e a regulamentação da habitação para uso turístico ou a percepção da evolução da área construída na Catalunha.
Nesse sentido, vale ressaltar que 38% das pessoas entrevistadas que moram de aluguel ou estão pagando hipoteca utilizam entre 25 e 50% da renda familiar para pagar despesas de moradia (aluguel, hipoteca, despesas comunitárias). 42% destinam mais da metade: 28%, entre 50 e 75% e 14%, mais de 75%. Por outro lado, apenas 14% alocam menos de 25%.
Em termos de preços, existe um amplo consenso de que são demasiado caros, tanto para venda como para arrendamento: quase 90% dos inquiridos concordam. Relativamente à percepção da oferta de habitação disponível, a percepção maioritária é de que esta é insuficiente, tanto em termos de compra como de arrendamento. Contudo, existe uma diferença importante entre os dois mercados: enquanto 70% consideram que a oferta de aluguer é insuficiente, no caso de compra esta percentagem desce para 47%.
Além disso, quase 70% dos inquiridos consideram que o parque habitacional de protecção oficial (HPO) do seu município ou concelho é insuficiente, enquanto no caso das habitações de uso turístico, como já foi dito, a percepção maioritária é que há é um número adequado e quase 30% considera-o excessivo.