Nasce uma plataforma chamada Pirineu Viu para denunciar os efeitos da “monocultura turística” no território. A organização prepara diversas ações de mobilização, além de ciclos de debate sobre o modelo de crescimento económico.
Vários grupos de pessoas que vivem nas regiões montanhosas da Catalunha e de Andorra lançaram a plataforma Pirineu Viu. Seu objetivo é denunciar os efeitos do modelo de “monocultura turística”no território e“defender direitos básicoss” de quem mora lá o ano todo, como explicou Júlia Leighum dos porta-vozes da organização. Assim, afirmaram que se juntam ao movimento que, este Verão, iráexplodir‘ nas Ilhas Baleares e nas Ilhas Canárias. Asseguraram também que nos Pirenéus existem “quase tantos leitos de turistas quanto de habitantes” e “60% casas de segunda residência”, segundo outro porta-voz da plataforma, Arnau Corberó, que também lamentou a situação precária que vive o setor.
de Pirenéus Vivos prevêem realizar diversas ações de mobilização durante este outono e inverno, além de ciclos de debate ou atividades de sensibilização e reflexão sobre o modelo de crescimento económico do território. A organização, que tira um certo alívio da Parada da plataforma JJOOreúne pessoas de todos os Altos Pirenéus e Aran, bem como dos condados de Berguedà, Ripollès e Solsonès, bem como de Andorra.
Quanto à situação do acesso à habitação no Principado, salientaram que é “muito tensa” e que isso também está a ter efeitos em Alt Urgell. “Talvez seja um daqueles que estão mais à beira dos Pirenéus e é precisamente para onde não queremos ir”, concluiu Corberó. Neste sentido, tem defendido a necessidade de limitar os preços no arrendamento de casas, bem como o número de apartamentos turísticos e atuar também em segundas residências.
A apresentação da nova organização foi feita no exterior do edifício do terminal aeroportuário de Andorra – La Seu d’Urgell tendo em conta, como salientaram, que “é uma infra-estrutura chave na área“. Quanto aos membros da plataforma, reúne grupos feministas, de defesa do direito ao acesso à habitação, de direitos laborais e ambientalistas, bem como de centros comunitários e de Atenas.
Da plataforma também queriam deixar claro que não são contra as pessoas que trabalham no setor do turismo, mas sim contra a precariedade que, dizem, isso gera “monocultura”. “Disseram-nos que o turismo nos dá riqueza, mas percebemos que quanto mais turismo há, mais pobres somos”disse um dos porta-vozes de Pirineu Viu.